Essa revelação aconteceu no século 17, na França, a uma religiosa da Ordem da Visitação, de Paray-le-Monial, de nome Margarida Maria. Ela foi favorecida por Nosso Senhor com preciosos dons e visões, e por três vezes Ele lhe concedeu mensagens para toda a Igreja. Essas são as chamadas “três Grandes Aparições” de Paray-le-Monial.
Primeira grande aparição
Aconteceu no dia 27 de dezembro de 1673, como escreveu Santa Margarida Maria:
“No dia de São João Evangelista, depois da Comunhão, apresentou-se-me o Coração de Jesus, como em refulgente trono formado de fogo e chamas mais brilhantes do que o sol.
A chaga que recebeu na Cruz aí aparecia visivelmente, e uma coroa de espinhos circundava esse sagrado Coração, que tinha uma cruz em cima. Revelou-me o divino Salvador significarem esses instrumentos da Paixão, que o imenso amor, que aos homens tinha, havido sido origem de todos os seus sofrimentos; que desde o primeiro instante de sua Encarnação, todos esses tormentos e desprezos lhe foram apresentados; que desde logo a Cruz foi, por assim dizer, plantada em Seu Coração; que aceitou todas as dores e humilhações que Sua santa Humanidade tinha de sofrer no curso de sua vida mortal, e assim também os ultrajes a que Seu amor aos homens O exporia até a consumação dos séculos, habitando com eles no Santíssimo Sacramento.”
E o Senhor lhe disse:
Pouco tempo depois, os desígnios do divino Salvador foram manifestados a Santa Margarida Maria de um modo ainda mais claro.
Segunda grande aparição: a Grande Promessa
“Estando eu um dia, diante do Santíssimo Sacramento exposto, apareceu-me o Divino Mestre todo radiante de glória com as suas cinco chagas resplandecentes quais cinco sóis.
De sua sagrada Humanidade saíam chamas de todos os lados, porém principalmente do seu adorável peito, que parecia uma fornalha: no meio destas chamas, mostrou-me seu suavíssimo Coração, que era o foco das chamas.
Revelou-me então as maravilhas inexplicáveis do seu amor, a que excesso havia chegado, amando os homens, de quem só recebia ingratidões."
Fez então o Senhor a chamada “Grande Promessa”, relacionada à devoção das Primeiras Sextas-feiras:
Como uma preparação para essa consagração da primeira sexta-feira de cada mês, Jesus pediu que na véspera se pratique o piedoso exercício da Hora Santa, meditando os sofrimentos de Sua Paixão, especialmente Sua agonia no Horto das Oliveiras:
A Igreja aceita a Hora Santa como válida para esta devoção a partir duas horas da tarde, até a meia-noite.
Terceira grande aparição: a Festa do Sagrado Coração
Sobre essa aparição, em junho de 1675, escreveu Santa Margarida Maria:
E, mostrando-me seu divino Coração, disse-me:
A humilde religiosa respondeu:
"Mas, Senhor, a quem vos dirigis? A tão pobre pecadora, cuja indignidade seria até capaz de impedir a realização do vosso desígnio. Há tantas almas generosas que o podem executar!"
Respondeu-lhe Nosso Senhor:
Tornou a Irmã:
“Dai-me pois, meios para executar o que me ordenais”.
Jesus então acrescentou:
O Padre de la Colombiére, que havia experimentado com grande desvelo a santidade desta religiosa e conhecida por sinais sensíveis a verdade de suas comunicações com Deus, julgou dever contribuir para o estabelecimento de tão santa devoção, que nada tinha que a fizesse suspeita.
Começou por si, e quis ser o primeiro discípulo do Coração de Jesus e o primeiro adorador, segundo as regras prescritas à Irmã Margarida Maria. Consagrou-se, pois, a este Sagrado Coração, e ao amor que lhe é devido dedicou a sexta-feira escolhida, 21 de junho de 1675, dia em que pôde considerar como o da primeira conquista do Coração de Jesus.
A partir de então, censurada e combatida, esta devoção, como todas as obras do Senhor, estabeleceu-se afinal no mundo inteiro com prodigioso êxito, principalmente depois que foi solenemente aprovada pelos Sumos Pontífices. Assim se justificou a confiança com que Santa Margarida Maria dizia:
“Mesmo que eu visse o mundo em peso desencadeado contra esta devoção, jamais perderia a esperança de vê-la fundada, visto que da própria boca de meu Salvador recebi esta certeza”.
A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é celebrada na sexta-feira da semana posterior à Solenidade de Corpus Christi.